Estudo encomendado pelo PICPlast aponta que os segmentos têm apostado em embalagens advindas da reciclagem, oferecendo melhor armazenamento e cuidado sanitário aos alimentos e bebidas
Foto: Divulgação
A indústria de alimentos e bebidas é uma das maiores do Brasil e tem investido cada vez mais em sustentabilidade. Segundo o levantamento “Monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil”, encomendada pelo PICPlast e realizada pela consultoria MaxiQuim, a indústria alimentícia consumiu em 2022 (dados mais recentes), cerca de 53 mil toneladas de resinas plásticas pós-consumo. Já a indústria de bebidas consumiu, no mesmo período, 128 mil toneladas de plástico reciclados.
As principais aplicações do material são em embalagens laminadas, frascos e garrafas, que utilizam o PET como matéria-prima. Vale destacar que na indústria de resinas recicladas, apenas o PET reciclado pós-consumo tem regulação válida da ANVISA para contato com alimentos e bebidas.
Segundo Simone Carvalho, integrante do grupo técnico do PICPlast, a utilização dos materiais plásticos em embalagens contribui para um armazenamento eficaz dos produtos e menor desperdício de alimentos, uma vez que embalagens plásticas adequadas e resistentes ajudam a prolongar o tempo de prateleira dos alimentos, protegendo-os de danos, contaminação e deterioração. Quando os materiais reciclados são empregados na fabricação dessas embalagens há a redução do impacto ambiental, pois evitam a extração de novas matérias-primas.
“Além da questão da preservação dos alimentos, as embalagens plásticas também oferecem conveniência e praticidade em termos de porcionamento de alimentos. Isso facilita a gestão doméstica dos alimentos, permitindo que os consumidores armazenem e consumam as porções adequadas, reduzindo o desperdício decorrente de alimentos mal armazenados ou excesso de porções.” explica Simone.
O setor de alimentos e bebidas representa 10,8% do PIB brasileiro, gera 1,8 milhão de postos de trabalhos formais e diretos, o que equivale a cerca de 24% dos empregos da indústria de transformação, segundo dados da ABIA (Associação Brasileira da Indústria Alimentícia). Em 2022, a indústria brasileira de alimentos fechou o ano com faturamento de R$ 1,075 trilhão, superando em 16,6% o registrado no ano anterior. O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, levando seus alimentos para 190 países.
Embalagens Plásticas e sua importância
O uso das embalagens é extremamente importante para a indústria alimentícia para que se evite o desperdício. Mas na produção de alimentos o material também tem uma importância para evitar perdas. Na engenharia alimentícia os plásticos contribuem para a proteção e preservação dos alimentos, já que o contato não prejudica o sabor ou a qualidade do produto.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na América Latina e Caribe cerca de 11,6% dos alimentos são perdidos, o equivalente a 220 milhões de toneladas por ano. Além disso, no mundo 14% dos alimentos são perdidos após a colheita até o varejo e 17% são desperdiçados no varejo e nas residências.
“Ao incorporar plásticos reciclados em embalagens na indústria de alimentos e bebidas, estamos construindo uma ponte entre a responsabilidade ambiental e a excelência na preservação da qualidade dos produtos, promovendo um ciclo virtuoso que beneficia tanto a indústria quanto o planeta.”, finaliza.
O PICPlast
O Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) é uma iniciativa que busca o desenvolvimento de programas estruturais que contribuam com a competitividade e o crescimento da transformação e reciclagem plástica. O PICPlast já investiu cerca de R$ 20 milhões em ações em prol da imagem do plástico e programas de capacitações.
A iniciativa é baseada em dois pilares: aumento da competitividade e inovação do setor de transformação, e promoção das vantagens do plástico. O PICPlast também conta com investimentos voltados ao reforço na qualificação profissional e na gestão empresarial. No pilar de vantagens do plástico, as frentes de trabalho são voltadas para reciclagem, estudos técnicos, educação e comunicação, com destaque para o Movimento Plástico Transforma.
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