Cervejaria mineira amplia sua capacidade de adega para 110 mil litros e entra no mercado de gin, drinks enlatados e hard seltzers, com vendas para todo o Brasil por meio do e-commerce. Para o mestre-cervejeiro e sócio da empresa, Túlio da Silva, a receita do sucesso é saber navegar tanto no mundo dos clássicos quanto no da inovação.
Foto: Divulgação
Maior capacidade de produção, novas bebidas no portfólio e sabores ainda mais surpreendentes. É seguindo essa receita que a cervejaria mineira Verace vem conquistando cada vez mais consumidores por todo o Brasil. Prova disso é que a capacidade de adega da fábrica, localizada em Nova Lima, Minas Gerais, já saltou dos 80 mil litros para 110 mil litros. Além disso, a Verace anunciou sua entrada no mercado de bebidas destiladas, com a produção de gin, drinks enlatados e as chamadas hard seltzers.
Segundo o mestre-cervejeiro e sócio da Verace, Túlio da Silva, essas novidades são resultado de muito estudo, pesquisas e experiências, com foco sempre na qualidade. “Tudo isso faz com que nossas bebidas sejam muito bem elaboradas. Fazemos investimentos importantes, como em um laboratório próprio que conta com profissionais como microbiologista e engenheiro químico, o que nos permite ter um processo de produção muito mais controlado e rigoroso. O resultado final do produto faz com que a Verace seja, hoje, a mais premiada de Minas Gerais e esteja entre as três melhores do Brasil”, comemora.
De acordo com Túlio, “alguns estilos já acumulam diversas medalhas no Concurso Brasileiro de Cervejas (CBC), realizado todos os anos em Blumenau”, o mais importante do Brasil e um dos mais importantes do mundo. A Verace Pilsen, por exemplo conquistou medalha de ouro no CBC 2021 na categoria “Other origin lager styles”; a Berry Splash levou a prata na categoria “Fruit wheat beer”; enquanto que o bronze veio em dose dupla: para a Nice Hop, na categoria “Session beer”, e para a Disturbed, na categoria “Double Ipa”.
Túlio revela que ele e sua equipe são os responsáveis por desenvolver as receitas da Verace. “O processo de desenvolvimento das receitas, feito dentro da Verace, passa pela seleção dos melhores insumos e pela realização de testes na planta piloto para que o produto final seja o mais perfeito possível”, afirma. Para isso, ele acredita que, além da inspiração, é preciso muita experimentação. “Não tem jeito de criar sem experimentar. E também é preciso estudar muito. Busco referências frequentando bares, empórios, eventos cervejeiros, faço muitos experimentos na fábrica... Esse processo nunca pode parar. Tem que ter quilometragem de copo”, brinca. E isso vale para toda a equipe, que está sempre sintonizada com as novidades do mundo cervejeiro.
Como resultado, a Verace já acumula 15 rótulos de linha, que são vendidos o ano todo, tanto em supermercados, bares e restaurantes de Minas Gerais quanto no e-commerce, que distribui para todo o Brasil. Além desses, há os rótulos sazonais, comercializados apenas em datas específicas. Entre todas, a cerveja mais vendida da marca, e também uma das mais premiadas do Brasil em sua categoria, é a Verace Pilsen (American Lager), seguida de perto pela Kings Cross (English Pale Ale) e pela Nice Hop (Hop Lager).
Carreira cervejeira
Engenheiro mecânico por formação, Túlio trocou 25 anos de profissão para se dedicar exclusivamente às chamadas craft beers cervejas artesanais. “Eu e mais três amigos engenheiros entre eles, o também sócio da Verace, Eduardo Petri, decidimos buscar mais conhecimento nessa área e começamos pela produção de cerveja caseira. Compramos os equipamentos e produzimos nossas bebidas em casa durante quatro anos. Com essa bagagem, decidi largar meu emprego para construir o plano de negócio da Verace”, conta.
Para que o empreendimento desse certo, ele e seus sócios decidiram investir pesado em conhecimento. “Começamos a estudar o segmento mais a fundo porque sabíamos que a migração do projeto para a construção de uma fábrica não é rápida. Mas a experiência que nós já tínhamos em nossas profissões nos possibilitou modelar o negócio com mais propriedade”, revela.
Assim, as responsabilidades foram divididas e, depois de muita pesquisa de mercado, os sócios colocaram em prática o projeto da fábrica. “Como sempre trabalhei com projetos na engenharia, fiquei responsável por essa parte. Quando percebemos a carência da tecnologia brasileira em relação aos equipamentos para produção de cerveja, buscamos um fornecedor para construir nosso projeto de forma personalizada. Assim, nós fazíamos os desenhos dos equipamentos e executávamos em conjunto”, diz.
Graças a essa ousadia, a Verace já nasceu pioneira em termos de tecnologia. “Nossa fábrica foi toda montada com layout próprio para nossos equipamentos e necessidades. Dessa forma, conseguimos atingir a maior capacidade possível em um espaço compacto, mas bem pensado”, orgulha-se Túlio.
Até hoje a cervejaria se mantém no topo quando o assunto é tecnologia. “A Verace ainda é uma planta modelo e referência, com um nível altíssimo em termos de automação, eletrônica e desenhos melhorados”, diz.
Ampliação e novos mercados
Para continuar na frente, os atuais sócios da Verace, Túlio da Silva, Eduardo Petri, André Paixão e Marcelo Paixão, decidiram investir na ampliação da capacidade de adega da fábrica, passando dos 80 mil litros de cerveja para 110 mil litros. “Além disso, adquirimos uma máquina de enlatar e algumas cervejas passarão a ser oferecidas dessa forma, entrando em um mercado que ainda não explorávamos”, conta.
Outro exemplo de inovação é o investimento da empresa em um destilador, com capacidade para 850 litros. “Vamos oferecer uma linha completamente nova, que vai do gin a uma ampla gama de drinks enlatados e hard seltzers. Assim, vamos deixar de ser apenas uma cervejaria, ampliando o mercado para outras bebidas alcoólicas, mantendo sempre nossa melhor característica, que é a inovação e a qualidade dos nossos produtos”, revela Túlio.
Perspectivas futuras
Apesar de terem enfrentado um terreno irregular durante a pandemia, a Verace tem vivido um cenário de novas oportunidades com a retomada da economia. “Vivemos um momento atípico, mas, desde que os bares reabriram, temos visto um crescimento significativo no nosso volume de vendas. Quando a pandemia estiver controlada, os eventos também vão retornar e é neles que o cérebro criativo circula, é neles que vamos buscar entender melhor as tendências de mercado”, acredita Túlio.
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