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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

BNDES registra lucro líquido de R$ 6,36 bilhões até setembro

Resultado bruto com participações societárias atingiu R$ 5,76 bilhões e influenciou positivamente o resultado.
Boa qualidade da carteira se manteve: 94,6% das operações estão entre os níveis AA e C, considerados de baixo risco e acima da média do SFN (90,4%).

Redação

Despesa com provisão para risco de crédito foi 70,2% menor que a do período anterior
Foto: Divulgação


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 6,36 bilhões até o final do terceiro trimestre de 2018, um crescimento de 98,7% ante o mesmo período de 2017. O lucro obtido foi influenciado pelo melhor resultado com participações societárias (+ R$ 2,87 bilhões, aumento de 99,4%) e pela redução de R$ 3,95 bilhões da despesa com provisão para risco de crédito (70,2% menor do que a constituída no período anterior).

O desempenho das participações societárias de todo o Sistema BNDES (incluindo BNDESPAR) entre janeiro e setembro deste ano refletiu o crescimento de R$ 1,98 bilhão (119,5%) do resultado de alienações de investimentos, com destaque para a venda de ações de Petrobras, Eletropaulo e Vale. Ao final de setembro, a participação do Sistema BNDES na Petrobras era de 15,24%, ante 16,54% em dezembro de 2017.

Também foram relevantes para a composição do resultado com participações societárias, a reversão no valor de R$ 467 milhões de perdas por impairment, realizada no primeiro semestre, e o aumento do retorno com dividendos e juros sobre capital próprio, de R$ 594 milhões (uma variação de 94,59%) até setembro.

O valor da carteira de participações societárias (participações em coligadas e não coligadas e em fundos de investimento de renda variável) atingiu R$ 99,70 bilhões em setembro, crescimento de R$ 14,20 bilhões (16,60%) no trimestre, decorrente da valorização, da ordem de R$ 13,59 bilhões, da carteira de participações em sociedades não coligadas, especialmente dos investimentos na Petrobras, Vale e Eletrobras.

Provisão 

Houve redução de necessidade de constituição de provisão para risco de crédito, ao contrário do observado nos primeiros nove meses de 2017, passando de R$ 5,64 bilhões para R$ 1,68 bilhão entre janeiro e setembro de 2018. 

Intermediação

O resultado bruto de intermediação financeira apresentou redução de R$ 2,26 bilhões (queda de 18,25%) nos primeiros nove meses de 2018, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A queda reflete o declínio do volume e da rentabilidade da carteira de crédito e a queda da rentabilidade da carteira de títulos e valores mobiliários, acompanhando a redução das taxas médias de mercado.

Ativos

O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 791,48 bilhões em setembro de 2018, redução de R$ 42,98 bilhões (5,2%) no trimestre, provocada principalmente pelo pagamento antecipado de R$ 70 bilhões em dívidas com o Tesouro Nacional.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, representava 63,9% dos ativos totais em setembro, e registrou declínio de R$ 12,87 bilhões (2,5%) no trimestre, em razão, basicamente, do volume de liquidações, que superou o volume de desembolsos em R$ 22,98 bilhões, atenuado por efeito cambial e de apropriação de juros e atualização monetária no período.

A boa qualidade da carteira se manteve, com a concentração de 94,6 % das operações entre os níveis de risco AA e C, considerados de baixo risco, percentual superior à média de 90,4% do Sistema Financeiro Nacional (SFN), divulgada em junho pelo BACEN.

Inadimplência

A inadimplência acima de 90 dias também apresentou aumento no trimestre, passando de 1,45% em junho para 2,94% em setembro, porém ainda inferior à média do SFN (3,04% em junho e 3,03% em setembro).

Desconsideradas as operações cujas prestações são integralmente honradas pela União, o índice de inadimplência do BNDES seria de 1,67% (90 dias). O índice de renegociação, que compreende as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, reduziu de 4,80% em junho para 4,75% em setembro.

Funding

Em 30 de setembro de 2018, Tesouro Nacional e FAT/PIS-PASEP representavam 38,2% e 35,8%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. Por conta do pagamento antecipado de R$ 70 bilhões feito ao Tesouro durante o trimestre, a dívida com o TN recuou 17,7% e encerrou o período em R$ 302,52 bilhões.

O saldo do FAT totalizou R$ 264,50 bilhões em setembro, um acréscimo de 1,06% no trimestre. No ano, ingressaram R$ 13,55 bilhões de recursos do FAT e o BNDES retornou R$ 15,45 bilhões ao FAT a título de amortização e juros.

Já o passivo com o Fundo PIS-PASEP totalizou R$ 19,23 bilhões ao final de setembro, com redução de 30,6% na comparação com dezembro de 2017, devido às liquidações antecipadas de R$ 9,37 bilhões no período.

Patrimônio Líquido – O Patrimônio Líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 80,6 bilhões ao final de setembro de 2018, crescimento de 12,8% (R$ 9,11 bilhões) em relação a junho. O resultado é explicado pelo lucro líquido de R$ 1,60 bilhão e pelo efeito da valorização da carteira de ações de R$ 7,51 bilhões, líquida de tributos.

Limites Prudenciais

Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos limites mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora no índice de Basileia diante de dezembro de 2017. Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência alcançou R$ 167,29 bilhões em setembro.

O índice de Basileia passou de 27,51% ao final de 2017 para 29,1% em setembro de 2018, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, principalmente pelo aumento do patrimônio de referência (R$ 146,37 bilhões em dezembro de 2017 para R$ 167,29 bilhões em setembro de 2018).

Os índices de Capital Nível I e Capital Principal também apresentaram crescimento no período, passando de 18,34% em dezembro de 2017 para 19,93% em setembro de 2018, acima dos 7,875% e 6,375% exigidos pelo BACEN, respectivamente.

BNDESPAR

A BNDESPAR, subsidiária integral de participações do BNDES, registrou lucro líquido ajustado pelos ganhos de alienações de participações societárias de R$ 1,55 bilhão no terceiro trimestre de 2018, acumulando R$ 5,36 bilhões no período de nove meses encerrado em setembro.

Esse resultado é 106,9% maior do que o lucro líquido de R$ 2,59 bilhões apurado no mesmo período de 2017. O acréscimo é explicado, sobretudo, pelo resultado com alienações, de R$ 4,78 bilhões, e pelo resultado com dividendos e juros sobre capital próprio, de R$ 1,13 bilhão no período entre janeiro e setembro deste ano. No mesmo período de 2017, o resultado apurado com alienações foi de R$ 2,21 bilhões e, com dividendos e juros sobre capital próprio, foi de R$ 0,60 bilhão.

Os principais desinvestimentos realizados pela BNDESPAR foram as alienações de ações da Petrobras, da Vale e da integralidade das ações da Eletropaulo, que, juntas, responderam por 96% do resultado com alienações. Consequentemente, os percentuais de participação da BNDESPAR no capital total da Petrobras e Vale ficaram em 8,37% e 7,35%, ante 9,67% e 7,60% em 31/12/17, respectivamente.

O resultado com dividendos e juros sobre capital próprio no terceiro trimestre de 2018 foi influenciado por proventos recebidos de Vale e Petrobras, no montante de R$ 594 milhões e R$ 55 milhões, respectivamente. Juntas, essas empresas respondem por 79% do resultado com proventos de 2018.

As demonstrações financeiras intermediárias consolidadas do 
BNDES para o período encerrado em 30/09/18 e as Informações Financeiras Trimestrais (ITR) da BNDESPAR relativas ao trimestre encerrado em 30/09/18 estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES.


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